Gás Libertado no Engarrafamento
Libertação de Gás pela rolha após o engarrafamento.
A evolução do vinho após ser engarrafado pode ser afetado pelo oxigénio que passa através dos vedantes. No caso da rolha, o oxigénio pode ter origem em duas fontes diferentes: permeação do exterior através da rolha e a libertação de gás das células da cortiça.
Neste trabalho, estudamos esta última questão. A taxa típica de compressão (mudança de volume / volume não comprimido) de uma rolha de cortiça é de aproximadamente 40%. Tendo em conta que a cortiça tem um volume de vazios que varia entre os 70 e os 80%, a pressão das células após o engarrafamento pode atingir os 2 atm. Este gás pressurizado "escapará" para ambos os lados do vedante ao longo de muitas semanas.
Neste estudo, medimos o fluxo de gás proveniente de rolhas em 3 pressões iniciais típicas: 60 mbar, 1000 mbar e 3000 mbar (pressões absolutas). Essas condições correspondem aproximadamente ao engarrafamento a vácuo, ao engarrafamento com pressões equilibradas e ao engarrafamento sem nenhum bombeamento prévio.
Estas experiências foram realizadas monitorizando continuamente a pressão, com um medidor de alta precisão, no espaço de ar dentro da garrafa ao longo de várias semanas, por forma a manter o volume do gargalo a uma temperatura constante. No caso do engarrafamento a vácuo, a pressão no espaço de ar aumentou continuamente durante várias semanas.
Com pressões equilibradas, a pressão aumenta durante alguns dias e depois começa a diminuir. No caso do engarrafamento sem bombeamento, a pressão no espaço de ar é tipicamente maior do que a pressão das células da rolha, levando a uma perda contínua de pressão. Estes resultados, juntamente com os da permeabilidade da rolha, são uma boa ilustração para quem precisa saber quantitativamente a quantidade de oxigénio em contacto com o vinho no período pós-engarrafamento.